A noite... Ah! A Noite -
"Bela e Sensata"
A noite dos poetas:
por eles sempre cantada
Em versos bêbados de sangue, álcool e amor.
A noite aceita as estrofes,
Os espaços aflitos,
As metáforas nervosas,
Os eufemismos famintos de abrigo e calor.
A noite acomoda a febre do criador,
Pois é musa vadia e carinhosa;
A noite é mãe sem pudor.
Mas não procures loucuras na noite.
Os alucinados somos nós,
Os desejos somos nós,
As ilusões somos nós;
Quem Prometeu as chamas fomos nós,
Quem colocou São Jorge na lua com os dragões fomos nós.
A noite é crua - escura e fria.
Se duvidas, pergunta ao mendigo que dorme nela:
Ele te dirá que o fogo e a febre vêm da cachaça que bebe,
E não da noite que o abraça,
Porque a noite não abraça,
Não te abraça, adoradora das sombras.
Ela apenas te aceita como aceita qualquer um.
O que te abraça é essa noite estranha e inesperada,
Essa nebulosa poética que temos em comum;
É essa serenata selvagem de mitos urbanos,
Essa canção cheia de harmonia e distorção:
Melodias que fecham teus olhos,
Que abrem tua boca,
Que penetram em teu corpo bem devagar...
A noite... Bah!
A "Noite" é nada
Comparada à noite,
NOITE IMENSA que levas pra cama,
A noite que trazes insana dentro de ti;
A noite que eu quero encontrar,
A noite que eu quero possuir.
segunda-feira, 30 de março de 2009
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